sexta-feira, 31 de outubro de 2008

A Rosa e o Beija-Flor


Uma rosa vermelha,
ainda em botão,
desabrochava em pleno verão,
ao brilho do sol matinal...
Desponta um beija-flor,
colorido e vibrátil,
pairando sobre ela:
"Oh! Flor," dizia ele,
"Soberana Rainha dos Jardins,
que enfeitas a Vida
e simbolizas o Amor!...
Eu me curvo diante de ti,
como um vassalo fiel,
que presta culto
à tua beleza sem par!...
Deixa-me porem,
pousar o bico no teu seio,
e sorver dele,
o nectar precioso que tanto adoro!"


Mas a Rosa, encastelada no seu galho,
se escondia,
apontando à guisa de escudeiros fiéis,
espinhos aguçados,
prontos a defendê-la:
"Afasta-te de mim!
O teu beijo
é algo doloroso e penetrante,
que me faz extasiar de gozo,
mas que, também,
me faz sofrer!...
Mas o Beija-flor insistia:
"Jamais eu fugiria,
ao aroma suave do teu seio,
à maciez aveludada de tuas pétalas,
à doçura inigualável do teu nectar!...
És o meu sonho de amor,
a rosa encantada por quem vibro!...


E foi penetrando o seu bico,
seu longo bico pontudo
no seio vermelho da Rosa!...


A pobre desmaiou!...

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